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Ahoy [N.T.: Expressão de linguagem típica de piratas para "olá"], pais: o novo romance de Daniel Handler, "We Are Pirates" reconta uma série de desventuras, mas não é para crianças - e não deixe a capa timbrada fantástica te enganar. Apesar do aroma do humor gótico de Lemony Snicket pairar sobre esta história de desespero da classe média-alta, é com certeza um dos livros adultos de Handler.
Quando a viagem começa, parecemos estar velejando para as águas paradas e translúcidas da sátira doméstica. Phil e Marina Needle vivem em um apartamento pelo qual não podem pagar em San Francisco, onde quase ninguém consegue pagar por um apartamento. O casamento deles chegou "ao limite da afeição de um pelo outro" mas não o percebem ainda. Eles também não percebem que a filha de 14 anos, Gwen, se tornou infeliz e fortemente entediada - eu mencionei que ela tem 14 anos? Quando o gerente de uma farmácia liga para informá-los de que ela foi pega roubando, a filha de Phil parece-lhe estranha: "Ele não sabia nada sobre uma menina que roubaria coisas de uma farmácia. Gwen não parecia poder ser essa menina. Ele imaginou um ladrão de loja, e era alguém mais glamouroso e mais metódico do que essa coisa que treme com um pé na mesa de centro e a ponta do outro no tapete, se contraindo e irritando o cachorro."
Phil não percebe o quão intensamente a sua filha deseja ser livre - das humilhações comuns do ensino médio, o grudento amor de seus pais, as restrições de suas vidas de consumo. Se ele só a escutasse, simpatizaria com ela porque sente essencialmente o mesmo desespero silencioso. Enquanto Gwen imagina ser uma garota mais alta e experiente chamada Octavia, Phil fantasia sobre colocar o cantor de blues Belly Jefferson apresentando um novo e ousado programa de rádio que "seria transmitido para todos os lugares [e] representaria o espírito fora-da-lei norte-americano." Como os norte-americanos vêm concluindo há muito tempo, não há mais territórios para descobrir, e esta é uma história sobre o quão corrosivo este espírito de fora-da-lei se torna ao fermentar no confinamento fortemente selado da vida contemporânea. Pulando entre duas histórias paralelas, Handler é tão sensível à frustração de adolescentes superprotegidos quanto ao cansaço de executivos superocupados. Acontecimentos adicionais na grande reunião da empresa de Phil oferece a Handler uma chance de satirizar o incômodo de viajar, a incompetência da secretária dele, a vaidade de seu chefe extremamente rico. Se esses não são assuntos particularmente atuais, eles são, ao menos, apresentados com o típico tom sugestivo de Handler.
Mas quem está narrando este romance?
Isto é um problema surpreendentemente complexo, que adiciona um pouco de tempero antes da história se tornar trágica. Um narrador em primeira pessoa abre a história entrando de penetra na festa de Quatro de Julho [N.T.: Data do dia de independência dos EUA] de Phil e Marina - uma alusão à morte do nosso espírito de independência - mas sua voz nunca é identificada. Em um momento, o narrador é um admirado conhecido dos Needle; em outro ele aproveita acesso livre aos pensamentos e sentimentos destes personagens. Às vezes ele está fisicamente presente; em outras, ele está relatando acontecimentos do que parecem ser décadas ou até mesmo séculos depois. A cada conjunto de páginas, ele nos lembra de que os Needle (e nós) vivemos em um momento histórico particular:
"No tempo em que esta história acontece, a ponte era chamada de Bay Bridge (ponte da baía)."
“As pessoas que tiveram a ideia se tornariam muito ricas, o que era o resultado de vencer durante esta era da história norte-americana."
“Era difícil não assistir a qualquer televisão que estivesse ligada, como sempre era durante esta era."
Essa artificialidade se torna mais e mais engraçada, mesmo que nos lembre da peculiaridade e da efemeridade de nossas próprias vidas.
Também é curioso ver que Handler colocou pitadas de comentários secos sobre comportamentos raciais no início do século XXI. Afinal de contas, “We Are Pirates” é o seu primeiro livro depois de sua problemática tarefa como apresentador dos National Book Awards (Prêmios Nacionais do Livro) em Novembro. Aquela noite foi seguindo bem o suficiente até que o seu senso de humor "piscadela-piscadela" o traiu ao criar uma "piada" de influência racista sobre Jacqueline Woodson, a autora afro-norte-americana que havia acabado de ganhar o Prêmio de Literatura Jovem. O seu comentário de mau gosto custou a ele 100,000 dólares em caridade compensatória e um elegante cutucão de Woodson alguns dias depois no New York Times.
Ele se comportou depois com remorso sincero e parece ter escapado qualquer estrago permanente à sua reputação, mas agora estas constrangidas rachaduras sobre raça em “We Are Pirates” parecem radioativas, como quando ele nos diz: "A propósito, quase todos neste livro são brancos." Depois uma mulher grita "o jeito com que a aparência de um homem negro faz tudo parecer assustador." Quando o liberal amigo dos oprimidos Phil precisa de ajuda, ele fica feliz de saber que os policiais em questão são negros. "Eles trabalhariam duro e sem cansar," ele pensa, "duas vezes mais duro, devido à injustiça." Numa cafeteria, "o cara de olhos vermelhos voltou e esticou a sua mão sobre o balcão para cumprimentar o outro cara num ritual de bater e abraçar que se acreditava ser preferido por pessoas negras na época."
Handler está fazendo algo enganoso aqui com a sua ironia característica: simultaneamente representando e tirando sarro do racismo disfarçado de uma sociedade de privlégio branco. Isto não é um aspecto significante de “We Are Pirates”, mas é uma destrutiva rota da qual ele poderia ter desviado. Durante esta era, muitos escritores brancos nunca mencionam pessoas negras - uma omissão bizarra e que distorce a realidade pela qual eles recebem poucas críticas.
Talvez isso seja um remanescente daquele espírito fora-da-lei norte-americano que tenta Handler a arriscar esses golpes satíricos. Ele pode sempre desviar, fazer de conta que tudo foi por humor - deixe para lá. Mas a sua jovem heroína, Gwen, não pode criticar a sua sociedade com tanta habilidade ou de uma posição tão segura. A sua mente isolada incha de descontentamento para a raiva. À medida que a história progride, ela é seduzida pelos velhos contos piratas que lê numa casa de repouso para idosos onde ela é forçada a fazer "trabalho voluntário" como penalidade por roubar. Quando se é um pirata, Gwen descobre, "você pode fazer qualquer coisa que quiser. Ir a qualquer lugar." Que garota adolescente não ficaria mais confiante com esta noção? "Foi esta filosofia que fez Gwen se endireitar rapidamente na cama," Handler escreve. "Um dia você vai ter tido o suficiente, e começa a levar tudo de novo."
Falta de encorajamento está presente em todo lugar quando "todo lugar" está mapeado, sendo observado e regulado. "Não há mais piratas agora," Gwen sabe - mas "ela tinha mesmo o espírito de rebelião." E em pouco tempo ela organizou um pequeno mas agitado grupo de marinheiros corajosos que vão ser "o chicote da área da Baía de San Francisco." Por alguns dias mágicos, qualquer coisa parece possível no navio bem equipado da imaginação dela.
Mas o mundo moderno é tão adepto a impedir piratas e independência de qualquer tipo. Gwen consegue "papagaiar" a linguagem salina destes contos clássicos do mar, mas quando tenta ir em sua própria aventura, ela escorrega de farsa para banho de sangue, de J.M. Barrie a Quentin Tarantino. "Os pecados do impulso" se multiplicam rapidamente nesta história sangrenta feita por pessoas jovens cujo senso de moral foi infectado com "o terrível grito da vingança."
Esta é a tragédia que Handler transmite neste obscuro e divertido romance: Sim somos piratas, mas estamos acorrentados a terra estéril. Alguma vez este tema já foi explorado com esta estranha mistura de inteligência maligna e simpatia branda?
Quando a viagem começa, parecemos estar velejando para as águas paradas e translúcidas da sátira doméstica. Phil e Marina Needle vivem em um apartamento pelo qual não podem pagar em San Francisco, onde quase ninguém consegue pagar por um apartamento. O casamento deles chegou "ao limite da afeição de um pelo outro" mas não o percebem ainda. Eles também não percebem que a filha de 14 anos, Gwen, se tornou infeliz e fortemente entediada - eu mencionei que ela tem 14 anos? Quando o gerente de uma farmácia liga para informá-los de que ela foi pega roubando, a filha de Phil parece-lhe estranha: "Ele não sabia nada sobre uma menina que roubaria coisas de uma farmácia. Gwen não parecia poder ser essa menina. Ele imaginou um ladrão de loja, e era alguém mais glamouroso e mais metódico do que essa coisa que treme com um pé na mesa de centro e a ponta do outro no tapete, se contraindo e irritando o cachorro."
Phil não percebe o quão intensamente a sua filha deseja ser livre - das humilhações comuns do ensino médio, o grudento amor de seus pais, as restrições de suas vidas de consumo. Se ele só a escutasse, simpatizaria com ela porque sente essencialmente o mesmo desespero silencioso. Enquanto Gwen imagina ser uma garota mais alta e experiente chamada Octavia, Phil fantasia sobre colocar o cantor de blues Belly Jefferson apresentando um novo e ousado programa de rádio que "seria transmitido para todos os lugares [e] representaria o espírito fora-da-lei norte-americano." Como os norte-americanos vêm concluindo há muito tempo, não há mais territórios para descobrir, e esta é uma história sobre o quão corrosivo este espírito de fora-da-lei se torna ao fermentar no confinamento fortemente selado da vida contemporânea. Pulando entre duas histórias paralelas, Handler é tão sensível à frustração de adolescentes superprotegidos quanto ao cansaço de executivos superocupados. Acontecimentos adicionais na grande reunião da empresa de Phil oferece a Handler uma chance de satirizar o incômodo de viajar, a incompetência da secretária dele, a vaidade de seu chefe extremamente rico. Se esses não são assuntos particularmente atuais, eles são, ao menos, apresentados com o típico tom sugestivo de Handler.
Mas quem está narrando este romance?
Isto é um problema surpreendentemente complexo, que adiciona um pouco de tempero antes da história se tornar trágica. Um narrador em primeira pessoa abre a história entrando de penetra na festa de Quatro de Julho [N.T.: Data do dia de independência dos EUA] de Phil e Marina - uma alusão à morte do nosso espírito de independência - mas sua voz nunca é identificada. Em um momento, o narrador é um admirado conhecido dos Needle; em outro ele aproveita acesso livre aos pensamentos e sentimentos destes personagens. Às vezes ele está fisicamente presente; em outras, ele está relatando acontecimentos do que parecem ser décadas ou até mesmo séculos depois. A cada conjunto de páginas, ele nos lembra de que os Needle (e nós) vivemos em um momento histórico particular:
"No tempo em que esta história acontece, a ponte era chamada de Bay Bridge (ponte da baía)."
“As pessoas que tiveram a ideia se tornariam muito ricas, o que era o resultado de vencer durante esta era da história norte-americana."
“Era difícil não assistir a qualquer televisão que estivesse ligada, como sempre era durante esta era."
Essa artificialidade se torna mais e mais engraçada, mesmo que nos lembre da peculiaridade e da efemeridade de nossas próprias vidas.
Também é curioso ver que Handler colocou pitadas de comentários secos sobre comportamentos raciais no início do século XXI. Afinal de contas, “We Are Pirates” é o seu primeiro livro depois de sua problemática tarefa como apresentador dos National Book Awards (Prêmios Nacionais do Livro) em Novembro. Aquela noite foi seguindo bem o suficiente até que o seu senso de humor "piscadela-piscadela" o traiu ao criar uma "piada" de influência racista sobre Jacqueline Woodson, a autora afro-norte-americana que havia acabado de ganhar o Prêmio de Literatura Jovem. O seu comentário de mau gosto custou a ele 100,000 dólares em caridade compensatória e um elegante cutucão de Woodson alguns dias depois no New York Times.
Ele se comportou depois com remorso sincero e parece ter escapado qualquer estrago permanente à sua reputação, mas agora estas constrangidas rachaduras sobre raça em “We Are Pirates” parecem radioativas, como quando ele nos diz: "A propósito, quase todos neste livro são brancos." Depois uma mulher grita "o jeito com que a aparência de um homem negro faz tudo parecer assustador." Quando o liberal amigo dos oprimidos Phil precisa de ajuda, ele fica feliz de saber que os policiais em questão são negros. "Eles trabalhariam duro e sem cansar," ele pensa, "duas vezes mais duro, devido à injustiça." Numa cafeteria, "o cara de olhos vermelhos voltou e esticou a sua mão sobre o balcão para cumprimentar o outro cara num ritual de bater e abraçar que se acreditava ser preferido por pessoas negras na época."
Handler está fazendo algo enganoso aqui com a sua ironia característica: simultaneamente representando e tirando sarro do racismo disfarçado de uma sociedade de privlégio branco. Isto não é um aspecto significante de “We Are Pirates”, mas é uma destrutiva rota da qual ele poderia ter desviado. Durante esta era, muitos escritores brancos nunca mencionam pessoas negras - uma omissão bizarra e que distorce a realidade pela qual eles recebem poucas críticas.
Talvez isso seja um remanescente daquele espírito fora-da-lei norte-americano que tenta Handler a arriscar esses golpes satíricos. Ele pode sempre desviar, fazer de conta que tudo foi por humor - deixe para lá. Mas a sua jovem heroína, Gwen, não pode criticar a sua sociedade com tanta habilidade ou de uma posição tão segura. A sua mente isolada incha de descontentamento para a raiva. À medida que a história progride, ela é seduzida pelos velhos contos piratas que lê numa casa de repouso para idosos onde ela é forçada a fazer "trabalho voluntário" como penalidade por roubar. Quando se é um pirata, Gwen descobre, "você pode fazer qualquer coisa que quiser. Ir a qualquer lugar." Que garota adolescente não ficaria mais confiante com esta noção? "Foi esta filosofia que fez Gwen se endireitar rapidamente na cama," Handler escreve. "Um dia você vai ter tido o suficiente, e começa a levar tudo de novo."
Falta de encorajamento está presente em todo lugar quando "todo lugar" está mapeado, sendo observado e regulado. "Não há mais piratas agora," Gwen sabe - mas "ela tinha mesmo o espírito de rebelião." E em pouco tempo ela organizou um pequeno mas agitado grupo de marinheiros corajosos que vão ser "o chicote da área da Baía de San Francisco." Por alguns dias mágicos, qualquer coisa parece possível no navio bem equipado da imaginação dela.
Mas o mundo moderno é tão adepto a impedir piratas e independência de qualquer tipo. Gwen consegue "papagaiar" a linguagem salina destes contos clássicos do mar, mas quando tenta ir em sua própria aventura, ela escorrega de farsa para banho de sangue, de J.M. Barrie a Quentin Tarantino. "Os pecados do impulso" se multiplicam rapidamente nesta história sangrenta feita por pessoas jovens cujo senso de moral foi infectado com "o terrível grito da vingança."
Esta é a tragédia que Handler transmite neste obscuro e divertido romance: Sim somos piratas, mas estamos acorrentados a terra estéril. Alguma vez este tema já foi explorado com esta estranha mistura de inteligência maligna e simpatia branda?
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IF YOU ARE DANIEL HANDLER OR ANYONE FROM HIS TEAM, PLEASE, DO NOT READ THIS POST!
SE VOCÊ É DANIEL HANDLER OU QUALQUER UM DE SUA EQUIPE, POR FAVOR, NÃO LEIA ESTE POST.
SE VOCÊ É DANIEL HANDLER OU QUALQUER UM DE SUA EQUIPE, POR FAVOR, NÃO LEIA ESTE POST.
Em menos de dois meses estaremos celebrando o aniversário de 45 anos do Daniel, e para isso suceder, contamos com a sua participação nesse primeiro projeto do DesBr.
Produziremos um vídeo mesclando imagens dos fãs desejando ao Daniel parabéns, do qual poderão participar tanto brasileiros quanto estrangeiros. Também introduziremos a hashtag #HappyBDayLemonySnicket no twitter, já que o seu pseudônimo é mais conhecido, e se conseguirmos alcançar os trending topics, nós do DesBr juntamente com o apoio da Seguinte sortearemos um exemplar das obras do Lemony (Daniel).
Para participar, basta ler as regras a seguir:
1. Envie uma foto sua desejando parabéns para ao Daniel. Seja criativo! Ex: com livros, DVDs, camisas, tatuagens, bolo, desenhos, plaquinhas, CDs relacionados à série de livros/filme e etc.
2. Envie sua foto para o e-mail Desventurasemseriebrasil@outlook.com
3. No email devem constar as seguintes informações: nome e país.
4. Caso sua foto contenha uma plaquinha ou uma mensagem, ela deve estar em inglês
5. Não serão aceitos vídeos.
6. Aceitaremos fotos até dia 23/02
No dia do aniversário do Daniel (28/02), o projeto será divulgado e enviaremos para ele através das redes sociais.
Qualquer dúvida, entre em contato conosco através das nossas redes sociais (twitter e facebook) ou pelo e-mail (Desventurasemseriebrasil@outlook.com).
English version
Less than 02 months from now we'll be celebrating Daniel Handler's 45th birthday, and to make it happen,
we count on your support for this first project from DesBr.
We'll set up a video mixing pictures from fans wishing Daniel a happy birthday, of which both brazilians and foreigners may participate. We'll also publish the hashtag #HappyBDayLemonySnicket on twitter.
To participate, you just have to read and follow the following rules:
1. Send a picture of you wishing Daniel a happy birthday. Be creative! For example: use books, DVDs, T-shirts, tattoos, cake, drawings, small plaques, CDs, and another things related to the book series/movie etc.
2. Send your picture to Desventurasemseriebrasil@outlook.comDesventurasemseriebrasil@outlook.com
3. The email must contain the following informations: name and country.
4. In case your picture contains a plaque or a message, it must be in english.
5. Videos won’t be accepted.
6. We will accept pictures until 2/23
- 16:41
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*Nota de tradução: o estilo "Noir" (em francês, "negro") a que Daniel Handler se refere na entrevista é um gênero policial originado na metade do século 20 e popular nos EUA nessa época, no qual predominam o suspense e o mistério, ambientados em cenários misteriosos, cheios de ambiguidades e interpretações subjetivas. São marcados pelas críticas humorísticas ao comportamento e às convenções sociais, bem como a exposição do "sujo" da sociedade, como a violência urbana.
Entrevista com Lemony Snicket:
Daniel Handler é mais conhecido por seu pseudônimo, Lemony Snicket. O author de "Desventuras em Série" falou em 2012 sobre o retorno de Lemony Snicket aos livros, que agora estão sendo adaptados para uma série para TV da Netflix.
Daniel Handler é mais conhecido por seu pseudônimo, Lemony Snicket. A série de sucesso de 13 livros que foi "Desventuras em Série" terminou em 2006, mas Snicket retornou em 2012.
"Só Perguntas Erradas" é o primeiro relato autobiográfico 'autorizado' de sua infância. O primeiro livro da nova série, um suspense sombrio e cômico, se chama "Quem Poderia Ser a uma hora dessas?"
Ah. Como perguntar ao autor de "Só Perguntas Erradas" a pergunta certa?
Melhor começar de um jeito simples. Depois do charme gótico de "Desventuras", foi difícil escrever livros no estilo "noir"? Snicket, que mora em San Francisco, diz: "Foi muito agradável voltar ao universo de Snicket. Eu fui fã do estilo gótico por toda a minha vida e esse meu sentimento pelo noir só aconteceu mais recentemente. Eu estive lendo muito Charles Willeford [autor de 'Miami Blues'], Dashiell Hammett ['The Maltese Falcon'], Jim Thompson ['The Killer Inside Me'] e, claro, Raymond Chandler. Depois de terminar este livro, minha estima por estes autores celebrados desse gênero só cresceu. Eu acho que Chandler realmente pertence ao alto escalão da literatura americana."
"Eu tive que pensar mesmo sobre o que representa o noir. Acertar a parte mecânica, os detalhes e a atmosfera ambígua, é muito desafiador para um escritor. Noir precisa ser coeso e coerente"
Handler ri enquanto relembra a história de Chandler recebendo uma ligação do diretor do filme "The Big Sleep" ('O Grande Sono', em tradução livre) que perguntava sobre uma cena que estava deixando a equipe confusa. "Por que diabos vocês estão me perguntando?" disse Chandler. "Eu não faço ideia!"
"Desventuras" teve suas ilustrações em estilo gótico feitas por Brett Helquist mas houve uma mudança nesta direção com a arte para "Quem Poderia Ser A Esta Hora?", que apresenta as ilustrações impressionantes de Seth (o pseudônimo do artista e historiador canadense Gregory Gallant). Como esta parceria se formou?
Handler, 42, diz: "Eu basicamente o persegui até que ele fizesse o livro. Eu havia visto um desenho das instalações dele num resort monótono à beira-mar e pensei que ele seria perfeito para o livro. Na verdade, nós nos encontramos pela primeira vez numa convenção de quadrinhos em San Francisco. Ele era o artista solitário e nós estávamos em um hangar gigantesco cercados de pessoas vestidas de personagens de "Star Wars". Eles estavam fazendo reconstituições de batalhas dos filmes de "Star Wars" e quando eu perguntei a alguém sobre aquilo ele disse 'É o mesmo que as reconstituições de batalhas da Guerra Civil' Exceto que a Guerra Civil realmente aconteceu, eu disse. Nós nos divertimos muito fazendo o livro e foi mais como uma adaptação para o Seth porque ele nunca havia desenhado para livros infantis antes"
A sagacidade inexpressiva de Snicket - os livros já venderam mais de 60 milhões de cópias pelo mundo - está presente numa aventura que acontece em Manchado-pelo-Mar, uma cidade que não se encontra mais próximo ao mar, claro. Não é um lugar para férias, eu arrisco. "Crescendo no norte da Califórnia, nós passávamos sim férias em cidades monótonas à beira-mar. Acho que eu quis capturar essa atmosfera, de uma cidade onde já houveram atrações a alguma altura, mas tudo isso passou"
Jogos de palavras inteligentes são marcados ao longo da história do 'detetive' mirim Snicket procurando uma estátua chamada Fera Ressonante. Em um momento, perguntam-lhe se ele se sente "formigando de animação". "Eu não estava formigando. Eu não estava sentindo nada," Diz.
Me admira que Handler deve ter uma mente de bisbilhoteiro, colecionando frases. Isso é justo? "Sim, eu sou compulsivo quanto a isso e sempre carrego um caderno para escrever as coisas que vejo ou escuto. Eu escutei alguém dizer 'estou formigando' e soube que usaria aquilo."
O pai de Handler era um contador e sua mãe, professora de crianças surdas. Ele tem uma irmã mais nova. Se ele cresceu em uma casa cheia de humor? "Ah, sim. Nós éramos uma família que trocava muitas farpas verbais. Não se passa um dia sequer, até hoje, sem que receba um e-mail ofensivo de minha irmã."
Livros eram um interesse forte de seus pais mas se tornaram "uma obsessão" para o jovem Handler, que também escreveu romances e um excelente livro de ficção adolescente recente chamado "Porque A Gente Acabou" ("com outro narrador duvidoso, digressivo e emocionalmente decepcionado," ele brinca.) Handler acrescenta: "Ficção para jovens adultos está recebendo muita atenção no momento e atrai muitos que querem praticar escrevendo livros desse tipo."
Ele e a sua esposa, a ilustradora Lisa Brown, têm um filho de nove anos chamado Otto. "Ele leu seus livros?" Eu pergunto.
"Otto morre de medo dos livros de 'Desventuras' mas é muito orgulhoso de mim por tê-los escrito. Ele é um menino meio tímido e tem aquela mente imaginativa, narrativa de que tudo pode ir para o pior caso possível bem depressa."
Mas que genes ansiosos. Eu pergunto quem é mais culpado por isso, o pai ou a mãe? Handler ri. "Minha esposa e eu fomos criados em dois aspectos diferentes dos costumes judeus. Ela se preocupa constantemente porque algo terrível pode acontecer, enquanto eu fui educado para não me preocupar porque coisas terríveis estão sempre acontecendo, então porque se preocupar se não há nada que se pode fazer a respeito?"
Um jeito dele "se desligar" é escutando e tocando música. Sempre foi uma paixão para alguém que era apresentador de uma rádio que tocava Blues. Handler toca o acordeão e se reúne com uma banda na maioria das noites de quinta-feira em San Francisco ("Se você toca o acordeão, você é normalmente o melhor tocador de acordeão que alguém já conheceu," ele fala, sarcástico.
Ele começa o dia com música, escuta enquanto escreve e põe músicas pra tocar tarde da noite, com um gosto musical que varia do rock até "jazz clássico estranho e estridente do século 20."
Em 2014, foi anunciado que ele seria o produtor executivo da versão televisiva de "Desventuras Em Série" que está sendo produzida pela Netflix. Mas no cerne de sua vida está a escrita. Ele ainda está trabalhando em "Só Perguntas Erradas" e já tem outra série em mente. Se há uma finalidade séria com o humor dos livros, é a de Handler mostrar como as crianças estão explorando a natureza corrupta do mundo e tentando achar seus caminhos em meio a um labirinto de moral. E quem melhor que um tocador de acordeão para extrair ricas variedades disso?
Entrevista traduzida por Isabella Rangel, integrante da equipe DESBR. se o conteúdo for utilizado, por favor dê os devidos créditos.
- 22:47
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Daniel Handler se desculpa por piada "racista" no National Book Awards 2014
enquanto o mesmo o apresentava na quarta-feira (19/11).
Handler fez comentários sobre a alergia da escritora negra Jacqueline
Woodson a melancia — um estereótipo racista norte-americano,
associado a escravidão.
"Meu trabalho na premiação era iluminar escritores tremendos, incluindo
Woodson e não eclipsá-los com minhas péssimas tentativas de humor",
escreveu ele em sua conta no Twitter. "Eu claramente não consegui, e
estou arrependido".

enquanto o mesmo o apresentava na quarta-feira (19/11).
Handler fez comentários sobre a alergia da escritora negra Jacqueline
Woodson a melancia — um estereótipo racista norte-americano,
associado a escravidão.
"Meu trabalho na premiação era iluminar escritores tremendos, incluindo
Woodson e não eclipsá-los com minhas péssimas tentativas de humor",
escreveu ele em sua conta no Twitter. "Eu claramente não consegui, e
estou arrependido".

O mal entendido ocorreu no momento em que Daniel anunciara o prêmio de literatura jovem a autora Jacqueline Woodson, pela obra "Brown Girl Dreaming", onde a mídia afirma que Daniel faz uma "Piada Racista" a mesma.
- 17:30
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Confira a entrevista traduzida do Daniel Handler ao The Modesto Bee:
O autor 'Lemony Snicket' está pronto para trazer seus livros à vida pelo Modesto
Daniel Handler não vai trazer o seu acordeon para a Modesto - a menos que peçam especificamente.
"Não me pediram para trazer um acordeon. Então eu não trouxe, porque a pergunta 'Por que voce não trouxe um acordeon?' é charmosa. Mas a pergunta 'Por que você trouxe um acordeon?' não é", disse.
Ainda assim, mesmo sem a sua apertada caixa, Handler não deve ter problemas com multidões quando ele vem para falar no evento beneficente do Stanislaus Library Foundation no Gallo Center for The Arts neste domingo.
O autor best-seller é conhecido pela maioria das pessoas com menos de 30 anos (e por seus pais) como Lemony Snicket, o narrador por trás da amplamente popular série de livros infantis "Desventuras Em Série". Uma parte da série foi adaptada em um filme estrelado por Jim Carrey, e os livros em breve serão adaptados para a televisão numa nova série original pela Netflix.
O autor de 44 anos de idade falou conosco do "The Bee" na sua casa de San Francisco no dia em que as notícias do projeto de TV foram anunciadas na última semana. Este vai ser o primeiro programa live-action para a família produzido pelo famoso serviço de streaming. Houve grande sucesso com seus dramas adultos, que incluem "Orange Is The New Black" e "House of Cards".
"Nós estamos em estágios super-iniciais, então não há muito planejamento. O plano neste momento é achar um diretor", disse Handler. "Eu espero que esta seja como minhas próprias experiências com a mídia quando eu estava crescendo e assistindo coisas com os meus pais. Lemony Snicket parece ser algo similar. Muitas crianças estão lendo (os livros) por elas mesmas, mas muitas famílias estão lendo juntas. Eu espero que uma boa adaptação deve ter algo desta energia. Eu lembro de pular pra fora da cama no sofá da família e assistir coisas juntos. Eu imagino isto dessa forma."
A série, que foi publicada em 13 livros de 1999 a 2006, segue os três órfãos-irmãos Baudelaires, cujos pais morreram em um incêndio suspeito, levando-os a serem forçados a viver com seu tio malvado, o Conde Olaf. Os livros venderam mais de 60 milhões de cópias pelo mundo.
Handler retornou ao seu alter ego Lemony Snicket para a nova série de livros "Só Perguntas Erradas", apresentando um jovem Snicket em uma história de detetive. O terceiro livro da série foi lançado em Setembro, e o próximo é esperado para o outono [primavera no Brasil] de 2015.
Enquanto "Desventuras em Série" foi descrito como uma série de livros góticos infantis, "Só Perguntas Erradas" é uma investida de Handler no estilo ficção negro para crianças.
Para as duas séries, Handler tem usado sua "pena Snicket" para todos os efeitos. "Em minha mente, Lemony Snicket é mais um narrador, não um pseudônimo. 'Desventuras em Série' é quando ele é um homem crescido. 'Só perguntas Erradas' é quando Lemony Snicket tem 13 anos. Eu sempre pensei que seria diferente publicar um livro sob o nome de um narrador. A literatura infantil tem sido muito boa para mim, e tem sido uma aventura fazer isto", disse.
Através dos anos, Handler tem se divertido com o seu alter ego. Em eventos públicos e em anúncios da imprensa, ele costuma se apresentar como "Representante de Lemony Snicket". O anúncio da Netflix sobre o novo projeto de TV dizia "A participação do sr. Snicket será limitada, dado seu estresse emocional, mas o projeto tem o envolvimento completo de seu representante legal, literário e social Daniel Handler, que costuma ser erroneamente confundido com ele."
Netflix planeja produzir todos os 13 volumes da série de "Desventuras". O filme de 2004 combinou os 3 primeiros livros em um filme. Handler disse que ele imagina que o formato de TV vai se encaixar melhor com as histórias.
"A Paramount Pictures em nenhum momento se interessou num filme de 26 horas, o que pareceu justo", disse Handler. "Mas, muitas coisas aconteceram na série, então isto parecia ideal para mim."
Ele estava particularmente interessado na parceria com a Netflix, por causa da abordagem muitas vezes pouco ortodoxa da companhia com a sua programação.
"Enquando eu não imagino que nós vamos colocar uma prisão feminina lá (uma referência a popular série da Netflix 'Orange Is The New Black'), eles estão realmente interessados em criar programação que é mais incomum do que as outras redes de TV", Handler disse. "Em termos de programação infantil, vai ser interessante ver que forma isto vai tomar, que estrutura pode sair disto. E eu gosto da ideia de que você não tem de parar para intervalos comerciais. Isso era algo que me deixava nervoso, sobre os vários desvios que as transmissões de TV acabam por ter. Eu não estou interessado em vender açúcar para as crianças entre pedaços de narrativa. Isto é uma das coisas que me deixaram feliz com a Netflix."
Ainda não há prazo para quando "Desventuras em Série" pode ir ao ar. Handler brinca: "Eu espero que isso saia antes que eu morra, e eu espero que eu não morra tão cedo."
A quantidade do envolvimento de Handler na procução também está indefinida por enquanto. O autor trabalhou em alguns rascunhos iniciais para o roteiro de "Desventuras em Série", mas acabou por ser substituído recentemente antes do projeto final. Ele disse que está disposto a ser tão útil ou distante quanto quiserem.
"Isto realmente depende do diretor, e nós estamos tentando reunir um grupo de pessoas agora. Eu estou disposto a ser tão útil quando puder.", disse. "Este é um território novo para todos, mas eu estou interssado em conseguir pessoas interessadas para trabalhar nisto. Eu estou interessado em me certificar que todos os detalhes vão sair exatamente como eu imaginei. Eu já fiz isto nos livros."
Fora da persona de Lemony Snicket, Handler publicou uma porção de livros adultos e coletâneas de contos sob seu próprio nome. Seu mais novo livro, "We Are Pirates" vai ser lançado pela Bloomsbury Publishing em fevereiro. Handler disse que alternar entre os mundos de jovens e adultos não é tão diferente.
"Em qualquer um, se sente o mesmo: você está tentando contar uma história interessante, de um jeito interessante", disse. "O livro dos piratas tem algumas pessoas jovens nele. Eu escrevi aquilo, e pus de lado, escrevi 'Só Perguntas erradas' e voltei para o outro. É tudo muito fluído para mim. Eu sou sortudo o bastante para conseguir fazer qualquer coisa que eu quiser e tentar não desperdiçar as oportunidades."
Entre estas oportunidades estão tours de divulgação de livros, e palestras engajadas como a sua parada no Gallo Center. Handler conta que a sua aparição inclue discussão sobre o seu trabalho, leitura, um "game show" e voluntários da platéia. Seu dia em Modesto ainda terá um bônus.
"Eu tenho muitos familiares em Modesto, então pessoas curiosas sobre como meus primos se parecem, podem procurar na platéia e fazer suas suposições", disse Handler, que cresceu em São Francisco e tem visitado o Vale frequentemente estes anos para eventos de família e feriados. "Modesto sempre tem água, riqueza, satisfação e saúde, então eu não sei o que mais trazer, realmente."
*Esse artigo foi traduzido pela equipe do Desventuras em Série Brasil do site The Modesto Bee, se o conteúdo for utilizado, por favor dê os devidos créditos.
O autor 'Lemony Snicket' está pronto para trazer seus livros à vida pelo Modesto
Daniel Handler não vai trazer o seu acordeon para a Modesto - a menos que peçam especificamente.
"Não me pediram para trazer um acordeon. Então eu não trouxe, porque a pergunta 'Por que voce não trouxe um acordeon?' é charmosa. Mas a pergunta 'Por que você trouxe um acordeon?' não é", disse.
Ainda assim, mesmo sem a sua apertada caixa, Handler não deve ter problemas com multidões quando ele vem para falar no evento beneficente do Stanislaus Library Foundation no Gallo Center for The Arts neste domingo.
O autor best-seller é conhecido pela maioria das pessoas com menos de 30 anos (e por seus pais) como Lemony Snicket, o narrador por trás da amplamente popular série de livros infantis "Desventuras Em Série". Uma parte da série foi adaptada em um filme estrelado por Jim Carrey, e os livros em breve serão adaptados para a televisão numa nova série original pela Netflix.
O autor de 44 anos de idade falou conosco do "The Bee" na sua casa de San Francisco no dia em que as notícias do projeto de TV foram anunciadas na última semana. Este vai ser o primeiro programa live-action para a família produzido pelo famoso serviço de streaming. Houve grande sucesso com seus dramas adultos, que incluem "Orange Is The New Black" e "House of Cards".
"Nós estamos em estágios super-iniciais, então não há muito planejamento. O plano neste momento é achar um diretor", disse Handler. "Eu espero que esta seja como minhas próprias experiências com a mídia quando eu estava crescendo e assistindo coisas com os meus pais. Lemony Snicket parece ser algo similar. Muitas crianças estão lendo (os livros) por elas mesmas, mas muitas famílias estão lendo juntas. Eu espero que uma boa adaptação deve ter algo desta energia. Eu lembro de pular pra fora da cama no sofá da família e assistir coisas juntos. Eu imagino isto dessa forma."
A série, que foi publicada em 13 livros de 1999 a 2006, segue os três órfãos-irmãos Baudelaires, cujos pais morreram em um incêndio suspeito, levando-os a serem forçados a viver com seu tio malvado, o Conde Olaf. Os livros venderam mais de 60 milhões de cópias pelo mundo.
Handler retornou ao seu alter ego Lemony Snicket para a nova série de livros "Só Perguntas Erradas", apresentando um jovem Snicket em uma história de detetive. O terceiro livro da série foi lançado em Setembro, e o próximo é esperado para o outono [primavera no Brasil] de 2015.
Enquanto "Desventuras em Série" foi descrito como uma série de livros góticos infantis, "Só Perguntas Erradas" é uma investida de Handler no estilo ficção negro para crianças.
Para as duas séries, Handler tem usado sua "pena Snicket" para todos os efeitos. "Em minha mente, Lemony Snicket é mais um narrador, não um pseudônimo. 'Desventuras em Série' é quando ele é um homem crescido. 'Só perguntas Erradas' é quando Lemony Snicket tem 13 anos. Eu sempre pensei que seria diferente publicar um livro sob o nome de um narrador. A literatura infantil tem sido muito boa para mim, e tem sido uma aventura fazer isto", disse.
Através dos anos, Handler tem se divertido com o seu alter ego. Em eventos públicos e em anúncios da imprensa, ele costuma se apresentar como "Representante de Lemony Snicket". O anúncio da Netflix sobre o novo projeto de TV dizia "A participação do sr. Snicket será limitada, dado seu estresse emocional, mas o projeto tem o envolvimento completo de seu representante legal, literário e social Daniel Handler, que costuma ser erroneamente confundido com ele."
Netflix planeja produzir todos os 13 volumes da série de "Desventuras". O filme de 2004 combinou os 3 primeiros livros em um filme. Handler disse que ele imagina que o formato de TV vai se encaixar melhor com as histórias.
"A Paramount Pictures em nenhum momento se interessou num filme de 26 horas, o que pareceu justo", disse Handler. "Mas, muitas coisas aconteceram na série, então isto parecia ideal para mim."
Ele estava particularmente interessado na parceria com a Netflix, por causa da abordagem muitas vezes pouco ortodoxa da companhia com a sua programação.
"Enquando eu não imagino que nós vamos colocar uma prisão feminina lá (uma referência a popular série da Netflix 'Orange Is The New Black'), eles estão realmente interessados em criar programação que é mais incomum do que as outras redes de TV", Handler disse. "Em termos de programação infantil, vai ser interessante ver que forma isto vai tomar, que estrutura pode sair disto. E eu gosto da ideia de que você não tem de parar para intervalos comerciais. Isso era algo que me deixava nervoso, sobre os vários desvios que as transmissões de TV acabam por ter. Eu não estou interessado em vender açúcar para as crianças entre pedaços de narrativa. Isto é uma das coisas que me deixaram feliz com a Netflix."
Ainda não há prazo para quando "Desventuras em Série" pode ir ao ar. Handler brinca: "Eu espero que isso saia antes que eu morra, e eu espero que eu não morra tão cedo."
A quantidade do envolvimento de Handler na procução também está indefinida por enquanto. O autor trabalhou em alguns rascunhos iniciais para o roteiro de "Desventuras em Série", mas acabou por ser substituído recentemente antes do projeto final. Ele disse que está disposto a ser tão útil ou distante quanto quiserem.
"Isto realmente depende do diretor, e nós estamos tentando reunir um grupo de pessoas agora. Eu estou disposto a ser tão útil quando puder.", disse. "Este é um território novo para todos, mas eu estou interssado em conseguir pessoas interessadas para trabalhar nisto. Eu estou interessado em me certificar que todos os detalhes vão sair exatamente como eu imaginei. Eu já fiz isto nos livros."
Fora da persona de Lemony Snicket, Handler publicou uma porção de livros adultos e coletâneas de contos sob seu próprio nome. Seu mais novo livro, "We Are Pirates" vai ser lançado pela Bloomsbury Publishing em fevereiro. Handler disse que alternar entre os mundos de jovens e adultos não é tão diferente.
"Em qualquer um, se sente o mesmo: você está tentando contar uma história interessante, de um jeito interessante", disse. "O livro dos piratas tem algumas pessoas jovens nele. Eu escrevi aquilo, e pus de lado, escrevi 'Só Perguntas erradas' e voltei para o outro. É tudo muito fluído para mim. Eu sou sortudo o bastante para conseguir fazer qualquer coisa que eu quiser e tentar não desperdiçar as oportunidades."
Entre estas oportunidades estão tours de divulgação de livros, e palestras engajadas como a sua parada no Gallo Center. Handler conta que a sua aparição inclue discussão sobre o seu trabalho, leitura, um "game show" e voluntários da platéia. Seu dia em Modesto ainda terá um bônus.
"Eu tenho muitos familiares em Modesto, então pessoas curiosas sobre como meus primos se parecem, podem procurar na platéia e fazer suas suposições", disse Handler, que cresceu em São Francisco e tem visitado o Vale frequentemente estes anos para eventos de família e feriados. "Modesto sempre tem água, riqueza, satisfação e saúde, então eu não sei o que mais trazer, realmente."
*Esse artigo foi traduzido pela equipe do Desventuras em Série Brasil do site The Modesto Bee, se o conteúdo for utilizado, por favor dê os devidos créditos.
- 20:08
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Entrevista exclusiva com Daniel Handler, também conhecido como Lemony Snicket, sobre seus livros best-sellers se tornando uma nova série live-action produzida pela Netflix:
O Deadline anunciou que a Netflix vai adaptar Desventuras em Série de Lemony Snicket! VIVAAA!
Após ouvir as notícias, enviei um e-mail ao Handler que é amigo meu, e atualmente está em um tour para promover a série literária "Só Perguntas Erradas", para perguntá-lo sobre algumas questões.
O quão excitado você está no momento?
Daniel Handler: Muito. Eu tenho dito que está muito cedo no dia para o champangne, mas é provável que eu não seja capaz de esperar até o meio dia.
Como foi que isso começou?
Daniel Handler: Eu acredito que uma das "cabeças" da NetFlix, Cindy Holland, leu os livros de Desventuras para a sua sobrinha. Enquanto o pessoal dos Serviços Infantis analisava o conteúdo, nós decidimos trabalhar juntos.
Qual é a sua série atual preferida da Netflix?
Daniel Handler: Eu estou esperando que Claire Underwood seja mandada para a prisão em um episódio crossover muito especial entre "House of Cards e Orange is the knew Black".
Quanta influência você terá? Você vai estar trabalhando junto com a equipe da Netflix que vai desenvolver o programa?
Daniel Handler: Neste momento estamos todos trabalhando juntos para encontrar o diretor certo, para que o projeto possa ser desenvolvido da melhor maneira. Ei, diretores interessados, parem de ler o Buzzfeed e entrem em contato com a gente!
Quem poderia fazer parte do elenco dos seus sonhos?
Daniel Handler: James Manson como Conde Olaf. Em 1949. Agora você pode ver porque meu envolvimento pode ou não ser bem vindo.
Será que isso vai significar mais livros do Snicket?
Daniel Handler: Eu não tenho planos de parar de escrever livros, se é isso o que me pergunta. Porém, se há qualquer coisa que se pode aprender com Desventuras em Série, é que coisas terríveis podem acontecer a qualquer momento, então eu poderia morrer antes mesmo de terminar de escrever esta men
O próximo romance de Handler, "We are Pirates" (que ainda não é uma série de televisão) vai chegar às lojas em fevereiro do próximo ano.
*Esse artigo foi traduzido pela equipe do Desventuras em Série Brasil, se o conteúdo for utilizado, por favor dê os devidos créditos.
O Deadline anunciou que a Netflix vai adaptar Desventuras em Série de Lemony Snicket! VIVAAA!
Após ouvir as notícias, enviei um e-mail ao Handler que é amigo meu, e atualmente está em um tour para promover a série literária "Só Perguntas Erradas", para perguntá-lo sobre algumas questões.
O quão excitado você está no momento?
Daniel Handler: Muito. Eu tenho dito que está muito cedo no dia para o champangne, mas é provável que eu não seja capaz de esperar até o meio dia.
Como foi que isso começou?
Daniel Handler: Eu acredito que uma das "cabeças" da NetFlix, Cindy Holland, leu os livros de Desventuras para a sua sobrinha. Enquanto o pessoal dos Serviços Infantis analisava o conteúdo, nós decidimos trabalhar juntos.
Qual é a sua série atual preferida da Netflix?
Daniel Handler: Eu estou esperando que Claire Underwood seja mandada para a prisão em um episódio crossover muito especial entre "House of Cards e Orange is the knew Black".
Quanta influência você terá? Você vai estar trabalhando junto com a equipe da Netflix que vai desenvolver o programa?
Daniel Handler: Neste momento estamos todos trabalhando juntos para encontrar o diretor certo, para que o projeto possa ser desenvolvido da melhor maneira. Ei, diretores interessados, parem de ler o Buzzfeed e entrem em contato com a gente!
Quem poderia fazer parte do elenco dos seus sonhos?
Daniel Handler: James Manson como Conde Olaf. Em 1949. Agora você pode ver porque meu envolvimento pode ou não ser bem vindo.
Será que isso vai significar mais livros do Snicket?
Daniel Handler: Eu não tenho planos de parar de escrever livros, se é isso o que me pergunta. Porém, se há qualquer coisa que se pode aprender com Desventuras em Série, é que coisas terríveis podem acontecer a qualquer momento, então eu poderia morrer antes mesmo de terminar de escrever esta men
O próximo romance de Handler, "We are Pirates" (que ainda não é uma série de televisão) vai chegar às lojas em fevereiro do próximo ano.
*Esse artigo foi traduzido pela equipe do Desventuras em Série Brasil, se o conteúdo for utilizado, por favor dê os devidos créditos.
- 13:56
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Neil Gaiman e Daniel Handler irão se apresentar juntamente no evento do BAM (Brooklyn Academy of Music) dia 17 de fevereiro de 2015 ! onde vão discutir sobre literatura, o evento terá a participação de renomados artistas como Matt Groening criador dos The Simpsons e Futurama, e Lynda Barry. Confira o artigo traduzido do BAM sobre Gaiman e Handler:
"Os dois autores best-sellers e contadores de histórias versáteis Daniel Handler(Lemony Snicket) e Neil Gaiman se reúnem para um único, totalmente imprevisível, e sem tabus na noite do caos, na qual os amigos de longa data e especiais colaboradores perguntam entre si questões sobre literatura ou lutam de espadas até a morte.
Neil Gaiman é autor best-seller pelo the New York Times com mais de 20 livros, incluindo o romance de fantasia "American Gods" e o jovem adulto conto "Coraline", ambos do qual venceram o Hugo,
Nebula, Bram Stoker, e a premiação Locus Awards, e o romance infantil "The Graveyard Book", na qual é o único trabalho para vencer ambos o "The Newbery" e "Carnegie Medals", indicado por bibliotecários para a mais prestigiosa contribuição para a literatura infantil. Sua inovadora história em quadrinhos "Sandman", a qual tem acumulado 9 indicações ao Eisner Awards, foram descritas por Stephen King como tendo mudado o romance animado em arte; é a primeira edição em que uma história em quadrinhos recebe um reconhecimento literário, adquirindo o prêmio "World Fantasy Award" de melhor história curta. Em fevereiro de 2015, Gaiman irá publicar seu novo livro de ficção "Trigger Warning: Short Fictions and Disturbances (Morrow)". Gaiman mora nos Estados Unidos e ensina na faculdade Bard.
Daniel Handler (Lemony Snicket) é o autor dos romances The Basic Eight, Watch Your Mouth, Adverbs, e, a parceria com Maira Kalman, Por Isso a Gente Acabou, na qual venceu a premiação The Michael L. Printz Award. Como Lemony Snicket, ele tem escrito a melhor série best-seller Só Perguntas Erradas; Desventuras em Série, na qual vendeu mais de 60 milhões de cópias; e diversos livros ilustrados incluindo The Dark, ilustrado por Jon Klassen, na qual venceu um prêmio no The Charlotte Zolotow Award. Handler também trabalha extensivamente na música, ele é o acordeonista auxiliar no grupo de música The Magnetic Fields de seu amigo Stephin Merrit, e colaborou com o compositor Nathaniel Stookey em o "Compositor está morto", a peça organizada e gravada pela Sinfonia de San Francisco. Em fevereiro de 2015, Handler irá publicar seu novo romance adulto, We Are Pirates (Editora Bloomsbury). Ele é graduado da universidade Wesleyan e mora em San Francisco com sua esposa, a ilustradora Lisa Brown, e seu filho."
*O evento ocorrerá no dia 17 de fevereiro de 2015 as 20:00 da noite e os ingressos variam de 25 a 50 R$ dólares.
Confira o artigo oficial em inglês no Website oficial do BAM: Site
"Os dois autores best-sellers e contadores de histórias versáteis Daniel Handler(Lemony Snicket) e Neil Gaiman se reúnem para um único, totalmente imprevisível, e sem tabus na noite do caos, na qual os amigos de longa data e especiais colaboradores perguntam entre si questões sobre literatura ou lutam de espadas até a morte.
Neil Gaiman é autor best-seller pelo the New York Times com mais de 20 livros, incluindo o romance de fantasia "American Gods" e o jovem adulto conto "Coraline", ambos do qual venceram o Hugo,
Nebula, Bram Stoker, e a premiação Locus Awards, e o romance infantil "The Graveyard Book", na qual é o único trabalho para vencer ambos o "The Newbery" e "Carnegie Medals", indicado por bibliotecários para a mais prestigiosa contribuição para a literatura infantil. Sua inovadora história em quadrinhos "Sandman", a qual tem acumulado 9 indicações ao Eisner Awards, foram descritas por Stephen King como tendo mudado o romance animado em arte; é a primeira edição em que uma história em quadrinhos recebe um reconhecimento literário, adquirindo o prêmio "World Fantasy Award" de melhor história curta. Em fevereiro de 2015, Gaiman irá publicar seu novo livro de ficção "Trigger Warning: Short Fictions and Disturbances (Morrow)". Gaiman mora nos Estados Unidos e ensina na faculdade Bard.
Daniel Handler (Lemony Snicket) é o autor dos romances The Basic Eight, Watch Your Mouth, Adverbs, e, a parceria com Maira Kalman, Por Isso a Gente Acabou, na qual venceu a premiação The Michael L. Printz Award. Como Lemony Snicket, ele tem escrito a melhor série best-seller Só Perguntas Erradas; Desventuras em Série, na qual vendeu mais de 60 milhões de cópias; e diversos livros ilustrados incluindo The Dark, ilustrado por Jon Klassen, na qual venceu um prêmio no The Charlotte Zolotow Award. Handler também trabalha extensivamente na música, ele é o acordeonista auxiliar no grupo de música The Magnetic Fields de seu amigo Stephin Merrit, e colaborou com o compositor Nathaniel Stookey em o "Compositor está morto", a peça organizada e gravada pela Sinfonia de San Francisco. Em fevereiro de 2015, Handler irá publicar seu novo romance adulto, We Are Pirates (Editora Bloomsbury). Ele é graduado da universidade Wesleyan e mora em San Francisco com sua esposa, a ilustradora Lisa Brown, e seu filho."
*O evento ocorrerá no dia 17 de fevereiro de 2015 as 20:00 da noite e os ingressos variam de 25 a 50 R$ dólares.
Confira o artigo oficial em inglês no Website oficial do BAM: Site
- 13:46
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Daniel Handler foi entrevistado pela rádio de San Francisco KALW 91.7 FM no dia 11/09, no programa Crosscurrents em edição especial: "Os dois mais famosos escritores de San Francisco" confira: Audio
- 20:59
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Confira a entrevista traduzida e um Q&A que a Entertainment Weekly fez com o Daniel Handler(Lemony Snicket), em [10/06] :
Daniel Handler ainda está trabalhando na série "Só Perguntas Erradas, mas ele também tirou o seu chapéu de Lemony Snicket pra fora para trabalhar em outro projeto. Nós temos uma exclusiva capa para revelar de "We Are Pirates", seu próximo romance para adultos, para ser lançado em 03 de Fevereiro de 2015.
O livro segue a história de um casal de garotas do
ensino médio que roubam um navio e atacam outros barcos na
baía de San Francisco. Nós temos também uma exclusiva Q&A(Perguntas e Respostas) com o autor, confira abaixo:
ENTERTAINMENT WEEKLY: Por que você escolheu a pirataria como um tópico para seu novo romance ?
DANIEL HANDLER: Quando eu estava no ensino médio, todos
tinham que fazer uma avaliação sobre que carreiras nós tinhamos em mente. toda profissão que você possivelmente poderia imaginar foi listada, e no fundo era uma caixa marcada "outro". Um amigo e eu temos todos em nossa sala de aula para checar, um a outro, e depois no quadro branco, escrever "Pirata". As autoridades não acharam graça, mas desde a idéia de pirataria, como impraticável e incomum isso é em nossa era, queimou em minha mente.
ENTERTAINMENT WEEKLY: Você nasceu e vive em San Francisco, o mesmo lugar como as garotas no romance. Quão importante é o cenário para você, como um autor ?
DANIEL HANDLER: O cenário é sempre uma parte crucial da história. Ainda tem outras cidades na qual "We Are Pirates" poderia ter sido colocada. Eu estou numa competição informal com Andrew Sean Greer sobre escrever um ótimo romance de San Francisco.
ENTERTAINMENT WEEKLY: O que você pode nos dizer sobre o próximo livro da série "só Perguntas erradas ?
DANIEL HANDLER: Os quatros volumes no centro de "Só Perguntas Erradas" está ao redor dos crimes planejados por um ascendente do mal. O primeiro volume está centrado num roubo, O segundo num desaparecimento, E o terceiro, "Você Não Deveria estar na
Escola?" num incêndio proposital.
ENTERTAINMENT WEEKLY: O que você está lendo e recomendando agora ?
DANIEL HANDLER: Eu estou vagando as ruas dizendo as pessoas para lerem livros da "Kathryn Davis's eerie" o maravilhoso romance "Duplex", embora últimamente eu tenho estado mais distraído pela poesia de Dorothea Lasky e um cômico que eu descobri chamado "Sex Criminals".
ENTERTAINMENT WEEKLY: Qual nome deveria ser o seu se você fosse um pirata ?
DANIEL HANDLER: "O único quem fica sob um conselho durante todas as mutilações e depois serve Gimlets(bebida) aos sobreviventes."
Tradução Equipe Desventuras em Série Brasil
Confira aqui o Trailer de "We Are Pirates" :
- 01:25
- 0 Comments
Daniel Handler criou um Twitter ! Sim, nosso Daniel Handler ou como preferimos chamar de Lemony Snicket tem uma conta no twitter desde do dia 23 do mês passado, nos revelando várias noticias e projetos com ele envolvidos. Mais um motivo para voltarmos com força com nosso projeto de mostrar ao Daniel que ele possui fãs no Brasil alcançando uma tag nos trending topics do twitter.
Des Br: https://twitter.com/DesBrasil
- 18:53
- 0 Comments
Daniel Handler está Engajado em um novo romance ! O livro se chama "We Are Pirates" onde a sinopse aborda uma casal de garotas do ensino médio que roubam um navio e atacam outros barcos na baía de San Francisco. o lançamento está previsto para 03 de fevereiro de 2015 !
- 18:51
- 0 Comments